O leitor Leonardo Delgado Petillo gravou uma dessas imagens do tornado ocorrido ontem à noite em Campo Grande.
“Foi impressionante”, conta o administrador de rede, que mora no Bairro Santo Antônio.
Ele diz que nunca havia visto algo parecido e chegou a brincar com a situação.
“Falei para minha mulher que parecia uma caneta e ela comentou que estava girando. Eu demorei para perceber”.
O casal estava em casa e Petillo decidiu pegar a câmera para gravar a cena.
O tornado se formou em decorrência de temperaturas elevadas e passagens de frentes frias, que propiciam a formação de nuvens com grande velocidade e rotação intensa.
O tornado registrado ontem por moradores de Campo Grande se formou em decorrência de temperaturas elevadas e passagens de frentes frias, que propiciam a formação de nuvens com grande velocidade e rotação intensa.
O meteorologista e professor Natálio Abraão Filho, da Estação Meteorológica da Uniderp/Anhanguera, considera o tornado visto ontem de "médio" porte, que deve ter atingido entre 90 e 100 quilômetros por hora.
O último fenômeno desse tipo, registrado em Campo Grande, aconteceu há 4 anos e provocou estragos no aeroporto Teruel.
O professor explica que, em termos técnicos, “um tornado se forma sempre na base de uma nuvem chamada Cumulonimbus, quando o gradiente de temperatura na base da nuvem fica mais frio que em torno da nuvem, assim o ar quente sobe e o ar frio desce”, criando o movimento giratório.
“Uma força decorrente da rotação da terra faz com que ele gire no sentido horário no hemisfério sul e anti-horário no hemisfério norte", complementa.
Apesar da cena assustar na região do São Francisco e Monte Castelo, muita gente na manhã de hoje nem sequer havia notado o fenômeno, que durou poucos minutos e foi fotografado por Claudiney Guimarães Alves.
Ele mora no Monte Castelo e viu a “novidade” ao sair para recolher a roupa. “Nunca tinha visto isso em Campo Grande”, comentou.
Sobre a ocorrência do fenômeno na Capital, o meteorologista esclarece que o tornado pode se formar em qualquer lugar do mundo, diferente dos furacões que só surgem nos oceanos.
“Começou com um cone grosso, foi descendo e depois afinou, parecia que ia sumir e aumentou de repente”, narrou Claudiney.
Natálio Abraão diz que o tempo de duração de um tornado varia de 20 segundos e no máximo 3 minutos, ocorre que “ao desaparecer e aparecer já existe outro tornado na mesma base. Há casos de aparecer até dois tornados na mesma nuvem”, diz sobre a impressão de que um único fenômeno teve duração maior que a real.
Por volta da 18h30, Fernando Vilas Boas, morador na rua Amazonas, no bairro São Francisco, também acompanhou o aparecimento do tornado.
“Graças a Deus não encostou no chão. Não cresceu muito e logo envergou, perdendo a força”, enfatizou.
O tornado apresenta em média diâmetros máximos de 300 metros e podem se deslocar a pequenas distâncias que variam em média de 300 metros a 1 quilômetro. "E nessa trajetória pode fazer com que a aceleração da gravidade se neutralize elevando e arrancando árvores, casa, veículos e até animais", explica.
Natálio diz que caso atingisse o solo e estivesse muito aquecido “a resposta são explosões e muito barulho aumentando a velocidade do vento. A história de que chove peixe é verídica”, garante o professor.
Os meteorologistas afirmam que prever a ocorrência de um tornado é bastante difícil, uma vez que ele acontece em escala pequena.
No início deste ano, um tornado atingiu a cidade de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, provocando estragos, com ventos de aproximadamente 150 quilômetros por hora.
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